Templo de Karnak

O Templo de Karnak é, sem dúvidas, um dos pontos altos da viagem ao Egito. Ele é inteiro lindo, mas seus destaques são o Colosso de Ramsés II, o Grande Salão Hipostilo (Salão das Colunas) e o Templo do Grande Festival.

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Um dos pátios abertos do Templo de Karnak

O Templo de Karnak era o maior do Egito e era dedicado principalmente ao Deus Amon-Rá, identificado como o sol e um dos mais importantes da mitologia, embora nem sempre tenha sido assim.

No Antigo e no Médio Império, o Deus Amon era adorado mais localmente em Tebas e dividia lugar com muitos outros. Com a fundação da 18ª Dinastia e início do Novo Império (1.550 – 1.069 a.C), o deus ganhou um novo status.

Com a mudança da capital para Tebas (mais aqui), Amon foi convertido no Deus do Império, pai de todos os demais deuses do panteão. Para legitimar essa mudança, Amon foi relacionado a Rá, o mais antigo dentre os deuses (e antigamente considerado criador da vida e pai de todos os deuses). Daí surgiu a denominação Amon-Rá.

Essa  mudança fez de Karnak o templo mais importante de Egito e ele se manteve como centro religioso do império até o final da civilização egípcia. Sua construção teve início por volta de 2.200 a.C. e foi sendo ampliado até aproximadamente 360 a.C. Ali há obras de diversos faraós, dentre eles todos os Tutmés, Ramsés e a famosa faraó Hatshepsut.

Naquela época, imensas avenidas interligavam o Templo de Karnak aos demais da região. A principal delas levava ao Templo de Luxor e era ladeada por esfinges em toda a sua extensão. Até hoje é possível ver o começo/final da avenida em ambos os templos, mas a metade foi destruída.

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Esfinges ladeando a avenida que ligava os Templos de Karnak e Luxor.

Logo ao entrar no templo, já ficamos impressionados com o primeiro pátio interno, que tem uma escultura enorme de Ramsés II, com uma de suas filhas a seus pés.

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Colosso de Ramsés II

Passando o pátio interno, chegamos no que, pra mim, é o ponto alto do templo: o Grande Salão Hipostilo, também conhecido como Salão das Colunas. São 134 colunas em formato de papiro, cada uma com 21 metros de altura e 4 metros de diâmetro, decoradas com desenhos e inscrições do chão ao teto.

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Grande Salão com Hipostilo

É enorme, é lindo, é indescritível e as fotos não mostram nunca a real dimensão daquilo porque é impossível capturar o local todo na horizontal ou na vertical.

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O Templo de Karnak é enorme e conta com diversas construções. Saindo do salão das colunas, chega-se a uma grande área aberta. Para a direita de quem sai do salão, está o Lago Sagrado, onde os sacerdotes se purificavam, antes de iniciar os rituais.

Ali em frente fica uma estátua enorme de um escaravelho, construída por Amenófis III. O animal também era um símbolo do deus Amon-Rá (o movimento do animal era associado à crença egípcia que o Deus levava o sol ao longo do céu). Atualmente, os guias dizem que, se você der sete voltas no escaravelho, nunca mais terá problemas de relacionamento, embora eu duvide muito que isso tenha lá qualquer relação com o Egito antigo rs!

Uma dessas muitas construções (que agora já estão sem cobertura) é o Templo de Amon, dentro do qual está o maior obelisco do Egito, com 27 metros de altura e 340 toneladas de peso. Ele representa a faraó Hatshepsut e traz a inscrição com os dizeres:

Vós que vires este monumento nos anos vindouros e falarem disto que fiz…

Arrepia pensar que, depois de milhares de “anos vindouros”, nós somos o “vós” da equação.

Continuando reto por essa área aberta, chega-se à ultima grande atração do complexo: o Templo do Grande Festival. Embora as colunas desse templo sejam de tamanho menor e em menor quantidade, ele impressiona pela conservação das pinturas nas colunas e, principalmente, no teto.

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Templo do Grande Festival

Esse templo foi construído por Tutmés II e foi projetado para se assemelhar à tenda em que ele vivia enquanto estava em campanha. 

Como disse nesse post, nós fizemos uma pequena mudança no roteiro oficial e visitamos Karnak no período da tarde, o que acabou sendo ótimo. Como a maioria dos roteiros dos cruzeiros faz a visita ao templo no período da manhã, conseguimos visitá-lo relativamente vazio e isso fez toda a diferença na experiência.

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Avenida de entrada em Karnak bem vazia!

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